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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

FESTA DA MOÇA NOVA (ritual indígena)




A tribo dos tucanos, realiza anualmente a tradicional cerimônia da moça nova, menina que se torna mulher. Os preparativos para a festa duram vários dias: tambores, trombetas, máscaras que representam macacos e enfeites para virgem.

Um local especial é construído com folhas e madeiras, para enclausurar a virgem. No dia da lua cheia, a moça entra no cubículo e fica sendo vigiada pelas duas tias maternas, suas conselheiras, responsáveis pela festa.

A moça nova é depilada e pintada de azul, permanece em jejum durante toda a festa, enquanto seus pais oferecem comida e bebida aos convidados. Os tambores tocam sem parar, e depois alguém anuncia que, do fundo da mata saem os inimigos. São dois índios mascarados de macaco. Um deles salta no meio dos convidados, gesticulando muito. O outro importuna a virgem, rondando o cubículo e batendo um bastão no chão, mas a moça é defendida por
vigias.

Após três dias e três noites de festa, danças e bebedeiras, Um velho índio com um tição na mão informam que o perigo já passou e que os inimigos foram embora. A moça nova é então libertada da reclusão pelos seus pais. Suas tias dão-lhe conselhos dizendo que a moça nova deve ser ativa, trabalhadora e obediente a seu marido.

A virgem pintada de azul com saiote vermelho, cocar de penas coloridas na cabeça, começa então a dançar junto com os índios. E uma nova moça passa a viver entre os índios.

(Tradição indígena da tribo dos tucanos)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

ARTE NAÏF

Naïf é aquilo que retrata simplesmente a verdade, a natureza sem artificio que é graciosamente inspirada pelo sentimento. O têrmo Naïf, utilizado na França desde os escritos de Montaign, século XVI, consolidou-se durante o século XVIII por meio dos outros grandes escritores e filósofos da época. montesquieu, Jean Jaques Russeau, Diderot. Este último considerava que nem tudo que é verdadeiro é Naïf, mas tudo que é Naïf é verdadeiro, de uma ingenuidade tocante, original e rara. Já Stendhal escrevia em seu diário: " A ingenuidade me parece o sublime da vida comum". Por sua vez, kaut, Schiller e Goethe falavam do estado ingênuo como de uma qualidade extremamente preciosa, a quintessência do verdadeiro, simples, daquilo que não pode ser corrompido. Por volta de 1890 o apelido Naïf foi usado para designar a pintura de Herri
Rousseau, o primeiro Naïf moderno a ser exposto e valorizado.
Textos extraidos do livro : "Naïfs Brasileiros de Hoje - Testemunho e Patrimônio da Humanidade." Autor : Lucien Filkelstein - Português e Inglês.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

ANANSE - LENDA DA SABEDORIA




Ananse era uma aranha que decidiu ser a mais sábia da Terra. Para realizar seu intento, recolheu toda a sabedoria que encontrou no mundo e guardou em um pote. Amarrou em seguida uma corda à cintura e laçou-a ao pote. Começa então a subir a mais alta árvore da floresta, a fim de esconder o seu preciso tesouro em lugar onde ninguém pudesse alcançá-lo.Surge da mata uma indiazinha que, percebendo o grande esforço que Ananse fazia para carregar aquele pote, pergunta para ela: “não seria mais confortável transportá-lo nas costas?”Ananse, notando que a menina era mais sábia do que ela, não esconde a sua indignação. Fica nervosa e, ao se virar para a menina, deixa cair o pote. Ao se espatifar no chão, o pote espalha toda a sabedoria pela Terra.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

GRUTA DOS AMORES




Na tribo dos tamoios, havia um índio de nome Itanhantã, que costumava pescar e caçar na ilha de Paquetá.Uma jovem indiazinha, com apenas quinze anos de idade, apanhava sempre a caça para o jovem caçador. Ele nunca notara o olhar apaixonado da gentil indiazinha. Logo após a pesca ou caçada, Itanhantã repousava á sombra acolhedora de uma gruta.Poranga começou a ficar triste. subia no alto da pedra que formava a gruta e ao vê-lo repousando,começava a chorar.Cansada de não ser correspondida, a indiazinha subia na pedra logo ao amanhancer e esperava Itanhantã chegar, cantando uma linda canção. Mas o coração de Itanhantã ainda não se apercebera da sua paixão. Certo dia, de tanto chorar, as lágrimas da indiazinha transpassaram a pedra e cairam sobre os olhos do caçador adormecido. Ele se assustou e saiu correndo para sua ubá. Neste momento seus olhos passaram a enxergar Poranga e ele disse para ela: "Cunha porã moça linda." Ao voltar no outro dia ao mesmo local onde repousava, ouviu com atenção a bela voz da indiazinha. Apaixonou-se pela indiazinha Poranga, subiu no alto da pedra, tomou-a em seus braços. Itanhantã casou-se com Poranga e foram felizes para sempre.Conta a lenda que as lágrimas de Poranga se transformaram na fonte d'agua que existia na gruta dos amores. Quem bebesse daquela água, teria amor eterno ao lado da pessoa amada.

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

REDE DE DORMIR (LENDA INDÍGENA)


Os antigos contam que os índios de uma certa tribo dormiam no chão ou sobre as folhas e os troncos das árvores. Mas o pajé, chamado Tamaquaré, se recusava a dormir no chão, pois temia o ataque de animais durante a noite. Ele resolveu então pedir ajuda ao seu amigo tucano. E os dois saíram pela floresta em busca de uma solução para o problema. Encontraram então cipós e começaram a tecê-los. De repente foram percebendo que uma linda rede se formava com o trançado dos cipós. O pajé ficou feliz com a invenção e fez segredo dela. Pediu então ao seu amigo tucano para que nada dissesse aos índios da sua tribo, já que ele era o pajé e o pajé não poderia temer nenhum inimigo. Quando todos já pareciam dormir na aldeia, Tamaquaré pendurou sua rede entre duas árvores, passando a dormir sossegado, livre de eventuais ataques de animais.O seu “amigo” tucano, que naquela época tinha bico curto e falava demais, não se conteve e contou o segredo para toda a tribo. Na manhã seguinte, quando Tamaquaré ainda dormia, toda a tribo se colocou em volta da sua rede. Envergonhado diante de seu povo, Tamaquaré ficou muito furioso com a traição do amigo” e, aproximando-se dele, puxou-lhe o bico com tamanha força que este ficou muito comprido.Deste dia em diante, o tucano linguarudo calou-se, ficando condenado a carregar o seu enorme bico para sempre.