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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Eldorado

Um enigma indecifrado permanece até os dias de hoje na América do Sul. A localização do Eldorado.Desde os tempos mais antigos, ouve-se falar dos habitantes deste lugar, são felizes, gozam de saude justiça e prosperidade.vivem em harmonia com a natureza e possuem poderes além da realidade aparente. São dotados de evolução e força espiritual. Encontrar o Eldorado significa encontrar o paraíso perdido. Ele está oculto no mais intimo do teu ser interior.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Lenda da sabedoria

ANANSE
Acrílica sobre tela
80 X 60 cm


Ananse era uma aranha que decidiu ser a mais sábia da Terra. Para realizar seu intento, recolheu toda a sabedoria que encontrou no mundo e guardou em um pote. Amarrou em seguida uma corda à cintura e laçou-a ao pote. Começa então a subir a mais alta árvore da floresta, a fim de esconder o seu preciso tesouro em lugar onde ninguém pudesse alcançá-lo.

Surge da mata uma indiazinha que, percebendo o grande esforço que Ananse fazia para carregar aquele pote, pergunta para ela: “não seria mais confortável transportá-lo nas costas?”Ananse, notando que a menina era mais sábia do que ela, não esconde a sua indignação. Fica nervosa e, ao se virar para a menina, deixa cair o pote. Ao se espatifar no chão, o pote espalha toda a sabedoria pela Terra.

sábado, 17 de novembro de 2007

Árvore de Uansquem

Àrvore de Uansquem
Acrílica sobre tela
80 x 80 cm


Contam que no início dos tempos os índios alimentavam-se de ervas rasteiras e não conheciam as frutas nem cultivavam certos alimentos. De vez em quando o vento trazia um cheiro bom, que despertava a curiosidade dos índios em descobrir de onde vinha aquele aroma tão agradável.

Certo dia, apareceu um ratinho que resolveu leva-los até uma frondosa árvore, carregada de frutos verdes e maduros.

Os índios ficaram felizes e surpresos com a grande descoberta, pois da encantadora árvore brotavam frutos das mais variadas espécies. Passaram vários dias tentando derrubar a misteriosa árvore a fim de comerem os frutos. Quando ela caiu, ouviu-se uma voz:

“Porque derrubaram a minha Árvore” “Porque colheram frutas ainda verdes”? Fizeram muito mal Desobedeceram. Agora terão que preparar a terra, plantar e colher. E cada árvore dará uma só espécie de fruto.” Espero que tenham aprendido a lição”.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Vitória Régia

Às margens do grande rio Amazonas vivia uma tribo de índios. Nessa tribo, as cunhãs cantavam e sonhavam os seus lindos sonhos de menina moça. Ficavam horas admirando a beleza da lua e o brilho das estrelas. Um dia, Neca-neca, a cunhã mais sonhadora da tribo, subiu a mais alta árvore a fim de alcançar a lua, mas não conseguiu. Acreditava que, tocando nas estrelas, se transformaria em uma delas. Resolve, então, subir o mais alto monte com as suas companheiras. Ao atingir o topo das montanhas, perceberam que a lua e as estrelas continuavam intocáveis, tristonhas, e, sem esperança, voltaram para as suas malocas. Era noite de lua cheia e a lua se mostrava grande e bela. Neca-neca alegrou-se e veio banhar-se nas águas do lago. Quando ela viu a lua branca refletida ali, jogou-se sobre as águas e desapareceu. A lua apiedou-se da cunhã e transformou-a na mais bela e grande flor, a vitória-régia, cujo perfume é inebriante.

VITÓRIA RÉGIA
Acrílica sobre tela
100 X 60 cm

Trechos de Criticas

“Berenic gosta de pintar lendas brasileiras, com um pincel refinado, de cores tênues, nas quais parece pintar um mistério impregnado de poesia”. Lucien FinKelstein, Fundador e presidente do MIAN – Museu Internacional de Arte Naïf , no seu último livro “Brasil Naïf”. Rio 02

“ Com evidente sensibilidade e talento, Berenic propõe uma pintura ingênua, onde o colorido e uma predominância de linhas simplificadas criam um mundo alheio a dramática existencial do homem contemporâneo. “ Wilson Rocha, crítico de arte e poeta, Salvador – Ba.

“Do seu pincel inspirado brotam as amazonas, o bôto-cor-de-rosa, os mitos indígenas de criação do mundo, aulas de sabedoria naïf dos primeiros habitantes do Brasil. Penetre no mundo encantado das telas de Berenic e conheça o paraíso recriado pelos seus pincéis e, assim, descubra um Brasil de cores vibrantes e lendas originais.” Mariza Campos da Paz – jornalista e Vice-presidente da Fundação Lucien Finkelstein.

“A poética da pintura de Berenic expressa a sua grande fé existencial. As flores e aves exóticas de suas telas, numa miríade de cores, lembram antigas tapeçarias orientais. “ Helena Barbosa - prof. de arte e artista plástica.

Profusão de flores,árvores, folhas, cores- todo esplendor da floresta. Há algo de Botticelli,de realmente maravilhoso em sua obra. Se o mestre toscano tivesse conhecido a Amazônia provavelmente teria pintado uma Primavera tropical. Ele teria feito tudo exatamente como Berenic fez. Ivan Alves Filho, professor, jornalista e escritor . Matéria do jornal Terceiro Tempo Edição- 273

Azuis, vermelhos e amarelos compõem um caleidoscópio de sensações de uma artista naïf sempre pronta a nos oferecer uma nova possibilidade interpretativa daquilo que a realidade oferece. Em seu trabalho, não há mais limites a ameaçar a nossa imaginação, mas o estímulo á capacidade de mergulhar no desconhecido. Oscar D”Ambrosio, jornalista, mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Arte da UNESP, crítico de Arte e escritor

Berenic - A intensidade das cores

Quando se pensa na Amazônia, a primeira imagem que costuma vir à mente é a de imensas árvores alinhadas com predomínio da cor verde ou a de rios caudalosos com cores muitas vezes barrentas. Há outros ainda que vão se recordar da fauna, principalmente das aves maravilhosas que encantam pelas suas infinitas tonalidades.
As pinturas da artista plástica Berenic (nome artístico de Berenice Barreto, também conhecida como Beré) fogem a esses lugares comuns. Elas conseguem construir locais paradisíacos em que o universo de cores surpreende e se torna a sua marca registrada. A explosão imagética nos leva a uma Amazônia muito pessoal, marcada pela exuberância e pela multiplicidade.
Não se pense, porém, que se instaura um caos visual. As paisagens amazônicas e as telas de Berenic seguem uma ordem interna, em que ocorre a manifestação quase divina de um universo em que as cores se articulam em nome de uma mensagem de harmonia.
Azuis, vermelhos e amarelos compõem um caleidoscópio de sensações de uma artista naïf sempre pronta a nos oferecer uma nova possibilidade interpretativa daquilo que a realidade oferece. Em seu trabalho, não há mais limites a ameaçar a nossa imaginação, mas o estímulo à capacidade de mergulhar no desconhecido.
Berenic chegou a esse estágio em suas criações após uma interessante trajetória. Ela nasceu em Crato, CE, onde passou a infância e parte da adolescência. Desde criança gostava de desenhar e trocava a oportunidade de brincar no pátio pelo prazer de desenhar figuras no quadro negro.
Esse amor à arte já vinha de maneira forte do lado materno, pois a avô fazia crochê e a mãe costurava, bordava e pintava em tecido, sendo professora de artesanato. Aos 12 anos, foi passar férias em Salvador (BA) e passou um ano na casa dos tios. Depois, voltou a sua cidade natal, onde concluiu o primário, mas, impressionada com o mundo da arte da Bahia, decidiu seguir os estudos em Salvador.
Ali, com o tio Pedroso, conhecido artista naïf, começou a visitar museus e galerias, conhecendo as festas folclóricas locais. Posteriormente, Berenic fez curso de formação em Arteterapia, trabalhou como secretária, teve filhos e realizou cursos de tapeçaria e artesanato. A arte não a deixava, manifestando-se das formas mais simples, como ocorria quando, já adulta, usava lápis de cor das crianças para rabiscar desenhos.
Vendo aquele talento para arte sendo desperdiçado, Pedroso presenteou Berenic com tintas e pincéis e a estimulou a passar aquelas imagens para a tela. Para surpresa dela, os primeiros quadros foram logo vendidos na loja do tio e começaram a surgir convites para exposições.
Berenic realizou a sua primeira individual em 1979, mesmo ano em que se mudou para São Paulo, onde morou por dois anos. Depois, foi para o Rio de Janeiro, onde deu vazão a temáticas como folclore e a paisagens paradisíacas e coloridas onde vasos de cerâmica ganhavam destaque.
Após freqüentar cursos no Museu de Arte Moderna/RJ em que buscou entender mais a análise e a crítica da obra de arte, história da arte e arte contemporânea, chegou a pintar imagens de interiores de casas. Sua nova fase, voltada para a temática indígena, porém, iniciou-se em 1982, quando foi uma das artistas naïfs convidadas a participar de uma exposição no Museu nacional de Belas Artes/RJ, que tinha como proposta levar os participantes a recriar a visão da primeira missa da tela clássica de Victor Meireles.
Foi despertado então o desejo de conhecer melhor o mundo indígena, principalmente as suas legendas, mais precisamente as localizadas na exuberância da Amazônia. Uma das primeiras telas sobre o assunto foi sobre o boto cor-de-rosa. Seguiram-se outras imagens amazônicas, que hoje integram acervos no Brasil, França, Canadá, Itália, Japão e EUA.
O universo que Berenic nos faz deslumbrar é o do poder da arte de estabelecer uma nova realidade. A Amazônia que ela apresenta em suas telas é própria, fantástica e transcendente por brotar da capacidade criativa e pictórica de uma autodidata que não conhece a região pessoalmente, mas é capaz de captar o seu espírito ancestral e presente com sua sensibilidade de artista autodidata e exímia colorista.

Oscar D’Ambrosio, jornalista, mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP, integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil) e é autor, entre outros, Contando a arte de Peticov (Noovha América) e Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus (Editora Unesp e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo).

Paraíso tropical

Berenic traz na pele o sol quente da sua terra. E estampa no rosto bonito os traços de Iracema, ancestral mítica das pessoas do seu país. Sobretudo a minha amiga Berenic taz na ponta dos pincéis a criatividade da mulher Brasileira. Comprava isso a última exposição realizada pela artista, voltada para representação pictórica de lendas indígenas da Amazônia. De uma delicadeza sem fim. Impossível não se encantar com ela.
Profusão de flores, árvores, folhas, cores, todo o esplendor da floresta. Há algo de Botticelli, de realmente maravilhoso em sua obra. Se o mestre toscano tivesse conhecido a Amazônia provavelmente teria pintado uma Primavera tropical. Ele teria feito tudo exatamente como Berenic fez.

Jornalista, historiador e escritor, Ivan Alves Filho, Jornal Terceiro Tempo